É madrugada.
Socorre-te do lápis e lança à própria cara tudo que não merecerá a eternidade.
Suas aflições que não são nada diante das daqueles a quem falta o pão.
Os seus falsos cuidados que em nada se comparam aos de quem ama.
As suas quase companhias que não veem suas frases chegarem ao fim.
O sacrifício de abster-te do que para ti carece de valor.
A coragem que não chega para por nas coisas todas as letras,
ou para arrombar as portas entreabertas do coração que se sonha às escâncaras.
Não te chega para andar na prancha, limpar o convés, consultar os astros.
Toda coragem pouca chega tarde.
Cedo apenas o bastante para descobrir no tempo a voragem, a passagem, a estiagem, a pausa.
A pausa.
A música que falta saber mais para reconhecer.
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