quinta-feira, 10 de novembro de 2022

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"São as tragédias que definem a vida",
diz a série que estou vendo.
A tragédia mais explícita:
Não temos tempo.

Então você tem um relógio elegante,
máquina pesada, cravejado de diamantes.
E ele pode marcar o tempo
sem lhe acrescentar nada.

A vida ninguém sabe quanto dura.
É a verdade mais simples,
a realidade mais pura.
O tempo pode ser marcado,
mas não se conta, não se apura.

A contagem não seria progressiva,
nem regressiva.
Seria ilusória, excessiva.

Excessiva porque não se aproveita.
Melhor seria a conversa 
sobre a semeadura e a colheita.

A vida vai se definindo
conforme as escolhas feitas.
Algumas melhores que outras
(e nenhuma delas perfeita.)

Tradu-la o esforço.
Modula-a a energia.
A vida o conjunto de tudo:
tristezas e alegrias.

Melhor olhar por onde anda.
Melhor não pisando em ninguém.
Melhor não quebrando nada,
ou estragando alguém.

A vida são águas passadas.
A vida são águas que vêm.
Não faça águas paradas
das águas que ninguém detém.

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