domingo, 24 de outubro de 2021

ESPERAR

As capitais eram poucas,
muito poucas cidades.
O país, imenso.
O litoral, interminável.
O interior, incomensurável. 

Fiz a canção e queria que soasse
onde o céu fosse mais estrelado.
Pedi a Lupicínio que me indicasse o lado.
Seu gesto fez 360º dentro dos limites do Brasil.

De que importam as luzes da companhia energética?
Nossa luz é genética.
O Brasil incandesce.
Mesmo com tristes palhaços desorquestrando tragédias.
Descondutores-pilhérias.

O Brasil ri em meio ao choro.
O Brasil pede socorro.
O Brasil jamais deixará de ser.
Sempre vai sobreviver.
Pouco importa que lhe sequestrem a bandeira.
Que hasteá-la hoje seja coisa de canalhas.

O Brasil não veste a mortalha.

Sobressalta-se.
Salta-se sobre os cacos de vidro.
Matá-lo é impossível.
O Brasil é a matriz da vida.
Gente-humilde luzidia.

O Brasil prosperará.
Tudo é tempo e empenho
Pra quem desdobra o verbo "esperar".

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