quarta-feira, 16 de outubro de 2019

O POEMA É PERDÃO

Para Fá.

O amor, ou a amada,
semelha uma usina.
Um grande artefato
tramado em arte por se revelar.

Arte de que só se vê franja.
Que nos livra do que nos constranja
sem que se entenda totalmente.

Peço a essa arte humildemente
que me deixe incorporar-me do ofício.
E o aspiro porque é cediço
que é o mais belo serviço!

Me beneficio nessa usina,
porque é claro que me depura.
Quem repara apura
que fui a muito melhor.

E o melhor está por vir,
pois todo dia hei de me servir
de um pouco mais de confiança,
a que inspiro e a que me descansa.

Tanjo a harpa da esperança
e antecipo um vislumbre de angelitude.
Vou melhorando minha atitude:
a cada dia o melhor que pude.

E nada detém o processo.
Não sei nada de retrocessos.
Em cada queda tomo impulso.
Sou meu próprio intruso.

Ou nem tão intruso, porque convidado.
Visito minhas sombras e queda claro
que é tudo pro alto e avante.
(E já não sou o que era antes!)

Sou a véspera do meu amanhã
e portanto porto o futuro.
A semente antecipa o fruto.
Trabalho não me há de faltar!

Bendigo amor a amada,
já que vamos, mãos dadas nessa empreitada,
reconhecendo que não é por nada
que a encontros nos damos.

Quem goza o caminho não está esperando,
ou não a espera vã!
Apenas a de benvir o amanhã,
Norte deste  hoje tão profícuo!

Amada, sou contigo.
O amor é conosco!
Tanto a paz quanto o alvoroço.
Todo este alvorecer.

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