quinta-feira, 23 de junho de 2016

ININSTANTE

O amor...
quem matou?
quem formatou?
quem achou que fui ator,
que fui por detrás dos panos,
que fui um faceiro leviano?

Quem considerou minha postura?
Quem recolheu minhas impressões?
Quem mediu a impostura
impressa nos demais corações?

Todos visitam os sótãos,
ninguém quer saber dos porões.
Todos aplaudem os formosos,
denegrindo os aleijões.

Não veem a beleza do roto,
não veem o que me arrojo
em ser sempre sem estar,
sem mal estar,
sem instar
a que me prestem atenção.

Sou o que não está
mas vou arrebatar
muito incauto coração.

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