sexta-feira, 19 de julho de 2019

CÁLICE DE MADEIRA

"Really want to see you,
 but it takes so long, my Lord!"


"Tenho muito mais dúvidas do que certezas".
Dica válida em diáfana clareza.

Mas a certeza que eu tenho,
mais do que mesa, põe casa.
A certeza que eu tenho abriga.
A certeza que eu tenho... salva!

VI VIDA

Deus escreve matemática e falamos música.
Descrevemos física e exprimimos dúvidas.
Não entendemos as harmonias.
Não sabemos de onde nos vêm.
Vasculhamos o céu
e está tudo além.

Está tudo ali, firmamento.
Está tudo claro em estrelas
quiçá já mortas.
O que são cava e aorta?
O que é venoso, arterial?
O que é a gota de um na metade do outro círculo,
o que é o mal no bem e o bem no mal?

O que é estar pronto
senão reconhecer-se incompleto?
E que o que ainda não se entendeu
é o que se deve sentir?

Eu já tenho rezado esse credo,
de tanto fogo a me escapulir do nariz.
E se tenho fogo a escapulir pela venta
tanto faz se o dragão do moinho se inventa.

Mas não queimo nenhuma vila.
O céu não despeja tormentas.
O céu despeja provas
(Tão mais claro quanto mais se tenta!).

Não deixar o cavalo passar selado.
É mau trato a sela ali.
O cavalo corre solto
até a majestade da Amazona
que o vê tão natural.

Quem quer aval?
O aval tá na sua natureza,
e a sabedoria possível...
em entendê-la.

Em fazê-la aceita de tão fluída.
De novo: aceita na forma sentida.

O mistério é da senda,
mas é tanta pista bonita!
Todo amor a quem se renda,
e que lhes renda vida fartamente vivida!

terça-feira, 16 de julho de 2019

CHAMA-ESTRADA




"Chama açoitada
 pela ventania das circunstâncias adversas".*
Segue em seu lume.
Segue em seu prumo.
Dá testemunho das coisas claras.

Como quem sabe
de que bifurcações se faz a estrada.
Como quem sabe que a estrada não erra.
A estrada só erra se se arreda.
Se se esquiva ao enredo.
Se está vista...
e finge que não veio.

Porque o próprio da estrada é dar passagem.
É abrir caminho,
por ser o caminho aberto.
A riqueza que veio 
pelo veio entesourado da construção.
A que deu guarida ao esforço,
premiou o empenho.

A estrada é de um otimismo ferrenho!

Suave se abre sem se impor.
A estrada não exige louvor,
nem sabe que é louvável.
A estrada leva, e isso a contenta!
E se outra estrada se lhe concatena
tudo progride a caminho.

E é a caminho que estamos,
meninos do entendimento
esperando a hora do anjo.

A harpa está dada desde tempo imemoriais.
E agora que a reconhece pode tocá-la.
E o mais...

A mais!

Sim, sim!
Há mais!




*Frase de Emmanuel pescada de "Tarefa Espírita", no livro "Seara dos Médiuns".

Para Fá, e para todos tocando-ouvindo a marcha estradeira.