segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

OFÉLIA, 1991.

Tinha o recado
sem o destinatário.

E apesar da falta 
trabalhava nele
com todo o cuidado.

Revisava-o muito
(com muito esmero).
Investia-lhe todas
as horas de tédio.

Trazia-o sempre consigo
pois "Nunca se sabe!".
E sabia-o muito
(sabia-o todas as tardes).

A janela ficou sendo moldura
ora de sorrisos
ora de lágrimas.

E ela senhora de si
e agora senhora de idade.

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