segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

SÔDADE (enquanto vou caminhando)

Saudades as tenho enormes,
do que pode e que não pode. 
De muito do que então foi azar
e que, revisto, foi sorte.

Das experiências formativas:
das que me deixaram sorrindo
e também das aflitivas.

Tenho saudades da minha mãe,
saudades da minha vó.
E saudades do meu filho
(que as deveria ter minhas).

E os reencontraria a todos,
os vultos do passado;
os a que o nunca pedi,
mas me podem ter perdoado.

E também aos pobres sofredores
que não perdoaram a mim,
de cujas caras não lembro,
cujos nomes esqueci.

Mas minhas saudades eu sinto
enquanto vou caminhando;
porque muito tenho vivido
e novas vou formulando.

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