Saudades as tenho enormes,
do que pode e que não pode.
De muito do que então foi azar
e que, revisto, foi sorte.
Das experiências formativas:
das que me deixaram sorrindo
e também das aflitivas.
Tenho saudades da minha mãe,
saudades da minha vó.
E saudades do meu filho
(que as deveria ter minhas).
E os reencontraria a todos,
os vultos do passado;
os a que o nunca pedi,
mas me podem ter perdoado.
E também aos pobres sofredores
que não perdoaram a mim,
de cujas caras não lembro,
cujos nomes esqueci.
Mas minhas saudades eu sinto
enquanto vou caminhando;
porque muito tenho vivido
e novas vou formulando.