sexta-feira, 30 de setembro de 2022

INGENTE

Fez-se tarde.
O Sol cedeu a vez a outras estrelas,
que pediram socorro demasiado tarde.

Ninguém sabe, ao ver a luz,
se alucina ou brilha de verdade.
Os próprios olhos que se acostumam à penumbra
creem-se, com o tempo, em ambiente iluminado.

Mas a luz que os sutenta vem de dentro,
do intocado, do que jamais foi visto.
Daquilo que se esconde e é em verdade mais bonito.

Luz intestina, aflita, ainda bruxuleante.
Luz-semente que encerra o diamante.

O diamante veraz,
aquilo de verdade para sempre.
Aquilo cujo futuro é anjo,
mas cujo presente é gente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário