sábado, 12 de junho de 2021

PLENO COMUM (Um Doze)

O sonho é tudo enquanto se vive,
é do que se faz o sonhador.
Ainda bem que jamais me contive
em matéria de amor.

Atento ao impulso,
jamais à convenção.
Movido antes ao pulso
incerto do coração.

Disritmia que não mata,
embala a vida.
A mesma vida versada
e assim jamais esquecida.

Tudo que vivo plasma-se
e entende-se no poema.
Do vivido tenho orgulho.
Nada ali faz-me pena.

Mas o sonho se desfaz,
que não é propriedade de um.
Porque o atributo do sonho real
é o de ser o sonho comum.

Daquilo que só é real se se divide,
e assim se multiplica.
Não digo que esteja triste,
mas é tanto que isso implica!...

O sonho desfeito não é sombra,
ele é quiçá uma pista
que aponta pra de onde assoma,
mas também pra outras conquistas.

Ninguém perde o aprendizado
cravado no coração.
E vou fazer do decantado
supedâneo da construção.

E pouco importa se com palavras,
sou dedicado e me empenho.
E assim só sei do amanhã
que será mais um dia pleno.

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