"Me abraçam tanto agora
quanto antes de ser proibido".
Meus ouvidos sangraram daquilo;
ouviam recordes na televisão.
"Seu azar seria a sorte de muitos,
e você se dá por vencido".
Mas não caiamos no perigo
enrustido que é comparar.
Nem no de se compadecer,
que só aumenta o sofrimento no mundo.
O melhor é agir junto,
no esforço de transformar.
Mas a realidade desrespeita a esperança
e já não se resgata a criança que tinha a mania de acreditar.
Em tudo.
No coelho da páscoa.
Nos seus pais.
E em que bastassem cheques a quem não tivesse dinheiro.
E já chegou e passou janeiro
e seguimos no mesmo estado.
E até mesmo um novo março
sem nos mudar de situação.
Quem tem castelo chora da torre.
Quem não tem espera o que os poupe.
Quem tem Planalto tem Palácio;
mata e deixa morrer.
Só nos pode salvar adiantar uma era
e sermos o que seríamos no futuro,
quando a bondade nos faria mais puros.
Esse nascituro precisa de ocitocina,
ou precisa de fórceps.
Mas a oficina de cada um é o mais próximo
de o trazer a acontecer.
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