Uns cantam.
Outros filosofam.
A noite é escape.
A noite me escapa.
Da noite ninguém fala.
A noite é navalha.
Corta meu barato,
corta o seu.
A noite é inexata;
nunca acaba
nem aconteceu.
A noite é infinita.
Tudo posso nela.
Mas neste mundo patriarcal
ela é um descanso Dele.
(Ah se o Sol se arremetesse!)
A noite se expande.
Na noite sangro.
Na noite tenho gânglios.
Tenho glândulas.
Tenho muitas dúvidas,
ou talvez não!
(não tenho certeza...)
Vou deixá-las todas acesas,
pontuando a escuridão.
Sou breu.
Não sei o que aconteceu.
Mas senti muito profundamente,
como Janis Joplin rasga qualquer insensibilidade.
A noite vai ficando tarde
até de novo ficar cedo.
Eu a procuro mas não vejo.
Ela e os que não estão.
Alles gut!
Ninguém fala alemão!