Para Kédma Magalhães, Lorena Costa, Beatriz Barbosa e Isadora Liberato.
"Manauara...",
tá na cara!
Onde um gentílico mais gentil?
O que se aplica a uma gente quente,
como a terra em que se movimenta.
Orgulhosa de tudo que tem
e longe de modorrenta!
Paricatubas,
Anavilhanas.
Tantos nomes
no Amazonas!
423.
712.
E eu com esses números?
Deslumbro!
Rios imiscíveis,
mas que só andam juntos.
A solução pra humanidade
(Eu presumo!)
Larguem Paris de lado,
não tem nada a ver!
Paris, fresca e distante,
não sabe nada de vocês...
(Aliás, pouco sabe o Brasil,
mas precisa aprender).
Um estado gigantesco,
de cidades espalhadas.
Tanto rio caudaloso,
quem precisa de estradas?
Peixes de a gente se babar,
e nunca atingir a fartura.
Peixes de já nada esperar
dos peixes de parte alguma!
Pirarucu, Matrinxã,
Tambaqui, Tucunaré.
E sucos de tantas frutas,
dos mais variados pés.
Um teatro faustoso,
nascido da soberba,
mas hoje entregue ao povo,
sua real realeza.
Milhões de habitantes,
e a praça é de cidadezinha.
Tranquilidade nos bancos,
mas esperteza nas esquinas!
Tão afastada embora,
é ainda Brasil.
A mesma chaga que chora
o povo do azul anil.
Uma bela e grande arena
pra um futebol que ninguém viu.
Melhor o feito com o capricho
que um e outro boi garantiu.
Das terras do Cruzeiro do Sul
é a mais profunda que conheci.
E foi tão boa a acolhida
que me sinto Baré, daqui.
Ramos Ferreira,
entre Tapajós e Getúlio Vargas.
Dito o endereço
até sinto-me em casa.
Manaus, minha nau é boa
e irá sempre aportar
nas terras do Amazonas,
quando me convidar.
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