terça-feira, 15 de agosto de 2017

MANAUS (Sô-Baré)

Para Kédma Magalhães, Lorena Costa, Beatriz Barbosa e Isadora Liberato.

"Manauara...",
tá na cara!
Onde um gentílico mais gentil?

O que se aplica a uma gente quente,
como a terra em que se movimenta.
Orgulhosa de tudo que tem
e longe de modorrenta!

Paricatubas,
Anavilhanas.
Tantos nomes
no Amazonas!

423.
712.
E eu com esses números?
Deslumbro!

Rios imiscíveis,
mas que só andam juntos.
A solução pra humanidade
(Eu presumo!)

Larguem Paris de lado,
não tem nada a ver!
Paris, fresca e distante,
não sabe nada de vocês...

(Aliás, pouco sabe o Brasil,
mas precisa aprender).

Um estado gigantesco,
de cidades espalhadas.
Tanto rio caudaloso,
quem precisa de estradas?

Peixes de a gente se babar,
e nunca atingir a fartura.
Peixes de já nada esperar
dos peixes de parte alguma!

Pirarucu, Matrinxã,
Tambaqui, Tucunaré.
E sucos de tantas frutas,
dos mais variados pés.

Um teatro faustoso,
nascido da soberba,
mas hoje entregue ao povo,
sua real realeza.

Milhões de habitantes,
e a praça é de cidadezinha.
Tranquilidade nos bancos,
mas esperteza nas esquinas!

Tão afastada embora,
é ainda Brasil.
A mesma chaga que chora
o povo do azul anil.

Uma bela e grande arena
pra um futebol que ninguém viu.
Melhor o feito com o capricho
que um e outro boi garantiu.

Das terras do Cruzeiro do Sul
é a mais profunda que conheci.
E foi tão boa a acolhida
que me sinto Baré, daqui.

Ramos Ferreira,
entre Tapajós e Getúlio Vargas.
Dito o endereço
até sinto-me em casa.

Manaus, minha nau é boa
e irá sempre aportar
nas terras do Amazonas,
quando me convidar.

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