domingo, 17 de julho de 2011

6 comentários:

  1. Meio donzela, deixava transparecer o ogro que domava com dificuldade.
    Com uma intimidade de moradora, ingressou no edifício e logo retirou a rede da vistosa varanda.
    Resoluta, procurava o porão - décimo terceiro andar e décimo terceiro salário.
    Também se maravilhava diante da arquitetura eclética e de tantas (des)conexões. Entretanto, queria saber do piso original, das portas emperradas e das descargas estragadas. Interessava-lhe a arte nativa.
    Ainda que seduzida pela fauna e flora singulares, ouvia soar uma caixinha de música. Escutá-la era muito mais um exercício de bruxaria que de iconoclastia.
    Instalou a rede onde pudesse namorar as irregularidades do rodapé e encontrar os azulejos quebrados, descartados quando do acabamento da obra.
    O aconchego do cômodo que escolhera, e a acolhera, dava-lhe a certeza de que dali veria o calabouço e os aposentos reais.
    Não importa o que visse ou descobrisse, balançaria sempre segura e feliz.
    Estava em casa.

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  2. = : )
    Hoje é dia do amigo! Amigo é casa! Casa de luxo simples! Estalados, Luz!

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  3. Comentário de uma internauta que joga com as palavras. se assim puder http://contraotempo2.blogspot.com/ é nos me visitar.

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  4. As donzelas que ali morava ficava na sacada a espera do homem imaginário, ser inexistente em suas mentes cravadas de desejos.
    Ali do alto, na sacada na triste morada, as donzelas já em prantos se descobriam aprisionadas, vivendo encurraladas em redoma elevadas.
    Na imensidão do céu, esse arranha-céu era sua torre vestidas em calabouço, e em prantos tais singelas meninas perdidas pelo tempo errantes inoperantes das suas sinas.
    Clamando por socorro em gritos silenciosos saiam em rajadas de vento, gélido como as geleiras glaciais . e se perderam sem rumo em um mundo novo mas sem trilha, sem caminhos conhecidos sem rotas de chegadas e partidas.
    As historias se confundiam com suas memórias, já tão sofridas por mentes atormentadas tais donzelas aprisionadas se sentiam ameaçadas por um destino tão fugaz.
    E ali, em meio ao caos gerado tais donzelas errantes voltaram ao seu ponto de partida em plena multidão voltaram a escuridão e sucumbiram a sua sina.

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