QUEM CALA COMO SENTE!
quarta-feira, 29 de setembro de 2021
domingo, 26 de setembro de 2021
CADA ESTAÇÃO
Cada estação sua beleza.
Nem sempre se vive quando floram as cerejeiras.
Nem todos os dias reproduzem-se as baleias.
Como não tem sentido uma vida pra encher-se de cerveja.
O mundo precisa mudar,
então talvez a empáfia juvenil tenha sua hora.
Talvez seja útil a fase da soberba,
mas tem a hora do prato principal e a hora da sobremesa.
Chega a hora da doçura,
a hora de ser terno.
Outro tipo de bravura.
A coragem de se olhar.
O esforço de se entender.
A ousadia de deixar o casulo
e nele o medo de crescer.
Cada estação sua beleza.
Assim também a humanidade,
que também tem sua natureza.
quarta-feira, 22 de setembro de 2021
SÃO
Não são promessas,
são propósitos.
Não são evidentes,
nem são insólitos.
São o céu,
e são o solo.
São o Sol,
e são semente.
São a chuva,
e o broto.
São o futuro
e eu,
alvoroço!
quinta-feira, 2 de setembro de 2021
MIM MENOR
O papel em branco.
A tinta retida.
O que embargará minha retina?
De que a íris se esconde?
O olho, de explorador,
já não ousa lançar-se longe.
Só ousa lançar-se perto,
lançar-se adentro, fazer-se interno.
Pois o que posso mudar está-me.
No aspecto das coisas só posso contemplar-me.
É comigo que vivo.
É a partir de mim que vejo.
(Mesmo se com tanto espetáculo
eu às vezes não percebo).
Mãos à obra!
Mãos em mim
A ver se, trabalhador devotado,
consigo atingir o fim.
De entender que ao fim não se vai.
Que fim, enfim, não existe.
E que mais ganho em,
me melhorando,
expandir meus limites!