E o mundo nasceu,
para meu grande espanto,
que já pensava que pudesse haver em lugar nenhum.
E isso não seria inexistir,
mas sobreviver à extinção dos mundos prévios,
que eles não me interessam,
na sua esterilidade ontológica.
Mas o meu preconceito atesta minha ignorância
(como todo preconceito atesta ignorância);
aqueles mundos são poeira cósmica,
a matéria prima dos vindouros
(como nós neste, ao nos decompormos).
Superar a ignorância talvez fosse bom,
mas eu, pobre de espírito,
só aspiro voltar ao colégio para gozar férias escolares.
As únicas que se dão a quem tem o mundo a seus pés,
sementes de tudo.
Cientistas, atletas e poetas do futuro.
Eu não ouso falar em futuro.
Desdenho regras de previdência.
O pé-depois-pé é toda a minha ciência.
Eu sinto, não sei descrevê-la.
Eu sinto!
Ei-la inteira.
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