Mas claramente!
É praça depois do cinema.
É Belo Horizonte, mas podia ser Amsterdã.
Ou Amsterdão, se o dissesse de Lisboa.
Tem cachorro mas não tem gato.
Tem crianças, tem namorados.
Tem pipoca, tem sorvete.
Tem perdidos e tem achados.
Tem algodão e as próprias nuvens
(que não fazem o dia nublado).
Tem um cheiro doce, doce.
E tem muitas folhas no chão.
Tem algazarra de passarinho
e poeta de bloco na mão.
Tem o banco e está liberado.
Mas não tem a morena
(e eu fico pardo...)
Pardo mas ensolarado.
Um cachorro até sentou do meu lado.
Ele não é muito de latido.
Não pergunto seu nome por medo de não ser respondido.
É bonito, o danado!
E toda essa língua é simpatia.
(mas simpatias não vão me ajudar.)
Mas a música, sim!
Em toda ocasião.
Música de paz, de sono ou paixão.
A da praça é de plenitude.
E praça é de uma alegria incompatível com a quietude.
E o cachorro é mesmo simpático.
E fica chamado Platz.
E o supermercado não tanto me apraz,
mas é mesmo necessário.
Adeus, coreto!
Adeus, passantes!
Já não tenho longos cabelos
mas os sinto esvoaçantes!
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