Eu escrevo maus versos,
mas preciso.
Então os jogo pro Universo.
E o Universo sabe encaminhar tudo,
até os meus maus versos
pro Gabriel do futuro.
Ou um Gabriel do futuro;
os futuros podem ser tantos,
e eu, por encanto, também.
Então prefiro libertar-me
a tornar-me meu próprio refém.
Adentrar-me.
Descifrar-me com bravura.
Aproveitar o tempo que tenho
do embrião à sepultura.
Escrevo.
Assino embaixo.
E só não canto porque não sei cantar.
Mas vivo o que preciso.
Não tenho medo, nem me dura o pesar.
Vejo.
Me assombro.
Me recolho.
E me reponho.
E noto que atravesso lúcido
esta espécie de sonho.
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