Penso em você, pela proposta mesmo de não pensar,
de não penar, de não dar pena.
Penso em você e a imagem é plena.
Nada deve a sua figura sob o sol,
a seu rosto resplandecente, fulgurante.
Penso em você e a vida perde outro instante.
Mas esse instante é o motivo
(embora o professor não o divisasse...)
Ah, se meu coração se desse novos ares,
respirasse, partisse de novo em viagem.
Ah, quem me dera!
Mas é ancorado na saudade;
saudade, que é melhor que mágoa.
A saudade às vezes se reparte,
interage, cria.
A saudade pulsa, mas não pode ser minha guia.
O cego (mesmo o por escolha)guia-o melhor um cão,
fiel na indigência como na abastança.
Fiel em moto-contínuo, que nunca se cansa.
Sim, cão-guia é melhor, mas adotei um gato.
Enxergo o melhor que posso,
e esses são os fatos.
"Esse papo meu tá qualquer coisa
e você tá pra lá de Teerã..."
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