Era neutro. Não se expressava, não interferia, não se posicionava, não sabia.
Dormiu, acordou em cima de um muro. Era largo, confortável.
Viu embaixo, de um lado, anjinhos esfuziantes que lhe acenavam perseverantes, convidando-o a descer para junto deles.
Do outro lado capetinhas impassíveis o olhavam de braços cruzados.
Estranhando o fato, perguntou a um deles:
- Não vão tentar me convencer a descer para o seu lado?
Sem esboçar emoção, o capetinha respondeu:
- O muro já é nosso.
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