quinta-feira, 4 de julho de 2024

ENQUANTO

Ninguém dá-se ao trabalho de dar-se ao trabalho.
Sobrexcitam a imaginação e chamam-no esperança.
E, no entanto,
o dia que amahece não tolera essa infância. 

Os fatos apresentam-se brutos.
Quando parece haver paz,
é só ausência de tumulto.
De sobressalto,
de conteúdo.

Um vazio expande-se,
sobretudo.
Não se acorda nem se morre,
sonha-se.

O movimento estanca.
O filme vira foto.
Desfaz-se o foco.

Estou cego 
ou isto é enfim tudo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário