A vida segue sempre com
seus traços firmes de caneta azul.
Que saudade de poder apagar!
Saudades de ter borracha.
Mas já nem tenho material escolar.
Em qualquer lugar a vida me acha.
Nunca se guardam os lápis no estojo.
Tudo são despojos de guerra.
A vida está sempre presente.
Sem envelopes, sou carta abeta.
E ela me abrasa com seu sinete,
tudo são cartas ao rei,
em mensagens que todos devassam.
Porque tudo que fiz o corpo revela.
O disfarce não tem espaço.
Assim nas guerras como no Céu,
quando nos deixar a matéria.
E faço votos neste papel
de não ser banido da Terra.
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