O papel em branco.
A tinta retida.
O que embargará minha retina?
De que a íris se esconde?
O olho, de explorador,
já não ousa lançar-se longe.
Só ousa lançar-se perto,
lançar-se adentro, fazer-se interno.
Pois o que posso mudar está-me.
No aspecto das coisas só posso contemplar-me.
É comigo que vivo.
É a partir de mim que vejo.
(Mesmo se com tanto espetáculo
eu às vezes não percebo).
Mãos à obra!
Mãos em mim
A ver se, trabalhador devotado,
consigo atingir o fim.
De entender que ao fim não se vai.
Que fim, enfim, não existe.
E que mais ganho em,
me melhorando,
expandir meus limites!
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