A manhã é maravilhosa!
O sol no retrovisor enquanto se define a rota.
Esse tom que não se sabe laranja ou rosa.
Mesmo que as memórias fiquem longas e a vida encurte.
Mesmo que os braços cresçam porque os bolsos se aprofundem.
A escolha feita é perfeita,
um edital pra quem se comprometa.
Não existe comparação.
Pensar que Shakira, Gisele Bundchen, Rodrigo Hilbert
ou gente que se lhes assemelha, gente que nem é sua
seria melhor companheira?
Minha vida pode ser estranha.
Pode ser mesmo confusa:
Vou pegar um avião para ir ter ao trem.
"Mineiro!", diriam, ou "mineirim!"
Pra caramba (e nem tanto assim).
Eu estou é no mundo.
O preço da passagem me limita,
mas no pensamento sou ubíquo.
Nisto a minha divindade.
Pouco importa se essa gente diz
que não sou poeta de verdade.
Eu sei lá o que é isso!
Eu só sei que não sou o Drummond,
nem sou nenhum Vinícius.
Mas sou uma pessoa,
e vou escrever mesmo assim,
mesmo depois de tudo isso.
Ninguém liga mas preciso
Ninguém vai pagar pra ler.
Não lerão nem de graça.
Ninguém perde por não esperar
e meu poema já passa.
Ele não se alonga, nem vai deixar tradição.
Mas talvez deixe muita saudade
em quem me chama de irmão.
É, a vida é curta!
E o dia está por fazer.
A vida é curta e a arte é longa
e ninguém precisa entender.
A vida é boa,
mesmo a vida mais dura.
A vida é plena,
mesmo na fase escura.
A vida uma hora arrebenta
e o poeta desconhecido.
A vida sempre se aproveita
(até se o poeta melhor não ter sido).
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