terça-feira, 4 de janeiro de 2022

OVER(ALL)

Sonhava.
Nada era como o cinema ditava. 
Nada ali se ostentava.
Nem se podia reproduzir.

Oníricos só a sala escura,
e uma certa aparência de fumaça.
Espécie de inconsciência
que assim se projetava.

Queria nada disso.
(nem daquilo)
Escapava-se,
espantadiço.

Queria apenas um sono sem sonhos
em que o mundo se supendesse.
Em que tudo deixasse de acontecer
(ou pelo menos não percebesse).

A vantagem grande de um vácuo
em que nem se envelhecesse.
Em que nem o mais belo violino se atrevesse.
Nem passarinhos.
(Nenhum deleite).

O avesso de tudo o que se aproveite.
Tanto faz se antecâmara do prólogo,
se contracapa em tapa ao epílogo.
Só o que quero estar...

é tranquilo!

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