A ilusão não se come.
Não se come mas alimenta.
Confeito na entrada,
adoçante quando se ausenta.
(Amarga em retirada,
doce quando se apresenta).
E olho para os anos já deixados,
a ver o que se aproveita.
Se aproveitaram como passados,
e sem deixar receita.
Nem eu a seguiria,
que não seria remédio pro meu mal.
Meu remédio é viver o presente
(o passado me dá igual).
É viver na mesma direção,
mas no sentido futuro.
Numa travessia sã,
nada de banzo ou escorbuto.
Que nada me escravize;
disposto, vitaminado.
Para plantar o futuro
este é o dia mais azado.
E agradeço a Deus
a oportunidade de abrir os olhos.
E vejo pra onde vou.
(E vou, não soçobro).
Abro as portas às bençãos.
Abro as janelas e até mando tirar o telhado.
E quem diz que amor não alimenta
nem quando come é alimentado.
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